terça-feira, 18 de março de 2008

CAMARA NÃO SE POSICIONOU E NEM VAI SE POSICIONAR

A Operação Telhado de Vidro, deflagrada pela Polícia Federal em Campos, que levou ao afastamento do prefeito Alexandre Mocaiber (PSB) e à prisão de secretários e assessores da prefeitura deve repercutir na Câmara Municipal nas próximas sessões do Legislativo. O Legislativo ainda não firmou uma posição oficial sobre o chamado “mar de lama”. Na sessão de hoje, as galerias da Casa, que agora está no prédio onde funcionou o Fórum Nilo Peçanha, deverão receber uma presença significativa de público para conhecer de perto o posicionamento dos vereadores. Posição individual - No entendimento do vereador Edson Batista (PTB), a Câmara deve ir ao encontro dos anseios da sociedade no sentido de afastar Mocaiber. “É uma posição individual minha, não posso responder pelos outros. Como detentor de um mandato e por entender que há um grande esquema de corrupção montado na prefeitura, como ficou constatado, acho que o prefeito afastado pela Justiça deve ser afastado também pela Câmara”. “Vou contribuir para que isto ocorra, pois seu afastamento definitivo do cargo só beneficiaria a cidade”, analisou Batista. Ontem a reportagem de O Diário não conseguiu falar com o presidente da Câmara, Marcos Bacellar (PTdoB), mas, no último domingo, em entrevista ao jornal, o vereador afirmou que o Legislativo em nenhum momento foi omisso, com vozes que sempre apontavam sinais de advertência ao governo.
“Câmara é composta de vereadores com posições distintas”
“Minha posição sempre foi de crítica ao governo. Como presidente da Câmara, tinha encontros com o prefeito afastado para o cumprimento de obrigações institucionais entre os dois poderes. Mas sempre o alertava e outros companheiros também falaram a mesma coisa: que tinha gente dentro da prefeitura envolvida com corrupção”, declarou. “Mas ele parece que não ouvia”, acrescentou. Bacellar analisou também que a Câmara é composta de vereadores com posições distintas sobre diferentes questões. “Alguns vereadores chegaram a pedir a abertura de uma CPI, mas a proposta acabou sendo rejeitada porque a maioria é da bancada governista, que votou contra. Fazer o quê? Numa democracia, a minoria tem que se curvar à maioria e foi assim que fizemos, não pôde ser diferente”, finalizou.

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