quarta-feira, 5 de março de 2008

JORGE LORENZETTI DEPÕE NA CPI E, COMO ROLANDO LERO, NADA ACRESCENTA


O depoimento do ex-dirigente da Unitrabalho, Jorge Lorenzetti, nesta quarta-feira (5) manteve a disputa entre governo e oposição na CPI das ONGs no Senado. Na oposição, o sentimento é de desconfiança. Para a base, o depoimento comprova a inocência dele e da entidade.
Conhecido como “churrasqueiro do presidente” por ter participado de eventos na Granja do Torto, Lorenzetti foi convocado pela CPI das ONGs para prestar esclarecimentos sobre as acusações referentes à UniTrabalho.
Pressionado pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), Lorenzetti se recusou a assinar um documento para abrir seus sigilos fiscal, bancário e telefônico para a CPI das ONGs. Ele afirmou que seus sigilos já foram quebrados pela CPI dos Sanguessugas e que seria necessário apenas pedir à essa comissão. Virgílio entregou o documento para que Lorenzetti assinasse como prova cabal de que não teria participado do "escândalo do dossiê". O tema provocou debate acalorado na comissão. Os senadores Siba Machado (PT-AC) e Inácio Arruda (PC do B-CE), relator da CPI, pediram que o tucano retirasse o pedido. O líder do PSDB manteve o questionamento a Lorenzetti com o apoio da oposição. Depois de mais de meia-hora de debate foi a vez do ex-dirigente falar. Lorenzetti afirmou que não assinaria o documento porque seus sigilos já foram quebrados pela CPI dos Sanguessugas, na qual depôs para se defender da denúncia relativa ao dossiê. Arruda afirmou que fará um requerimento para solicitar essas informações. Virgílio se mostrou satisfeito com a solução. "Isso serve para a base do governo ver que quebrar sigilo não tem problema nenhum", disse o tucano.
Lorenzetti negou ter usado sua amizade pessoal com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conseguir recursos para entidades. Ele negou ter intermediado relações com o governo. Além de suas atividades relativas a ONGs, Lorenzetti respondeu a questionamentos sobre a compra de um suposto dossiê contra políticos do PSDB na campanha de 2006. O ex-dirigente atuou na campanha do presidente Lula como coordenador de risco e mídia e foi envolvido no escândalo. Lorenzetti nega envolvimento e destacou ter sido inocentado pelo Ministério Público. Ele apresentou um ofício do Ministério Público do Estado de São Paulo afirmando que não há qualquer prova ou indício de envolvimento da Unitrabalho no caso.

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