sábado, 24 de maio de 2008

HOMENAGEM AO SENADOR JEFFERSON PERES


Milhares de pessoas já passaram pelo Centro Cultural Palácio Rio Negro, sede histórica do governo amazonense, em Manaus, para dar o último adeus ao senador Jefferson Péres.
Péres (PDT/AM), 76, faleceu às 6h10 de sexta-feira, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Seu corpo está sendo velado desde as 14h de sexta e deve ser às 16h, no cemitério São João Batista. Antes, o cortejo deve cruzar as principais ruas de Manaus.
Uma comitiva de 13 senadores encabeçada pelo presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) compareceu ao velório. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que "perdeu um amigo". Segundo Suplicy, Péres era um exemplo, sempre o primeiro a chegar às reuniões do Senado, e alinhado com todas as questões éticas.
A ex-senadora Heloisa Helena, do PSOL, chorou a morte do amigo. "Quando soube, pela Internet, que ele havia falecido, deixei tudo para vir a Manaus. Péres foi um dos meus grandes amigos no Senado, nas horas mais difíceis."
O governador Eduardo Braga, do Amazonas, o senador Arthur Virgílio (PSDB), o prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB) - um dos maiores aliados e apoiadores do senador, e que chegou chorando ao velório - e praticamente todos os políticos do Estado estiveram presentes.
O vice-presidente da República, José Alencar, mesmo com a saúde fragilizada, vem a Manaus pelos laços de amizade que mantinha com o senador Peres e como representante do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante toda a madrugada deste sábado (24), o movimento foi constante no velório. "Vim para dar um último adeus a este político que honrou a nação com sua postura ética. Ele vai fazer muita falta", disse Adib Assi, 70, tio do escritor Millton Hatoum.
Os cientistas Wilson Alecrim e Graça Alecrim, considerados as maiores autoridades sobre a malária no Amazonas , também foram levar suas condolências à viúva Marlídice e aos filhos Roger, Ronald e Rômulo. "É muito difícil aceitar a morte do senador, porque ele estava bem de saúde.
O Secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas, José Aldemir de Oliveira, lamentou a morte, tendo em vista a sua atuação como político, intelectual e como um cidadão que amava a cidade de Manaus. Ele lembrou que Péres era um entusiasta do Museu da Amazônia, que representa a diversidade ambiental e cultural da região."O senador Jefferson Péres sempre foi um apaixonado por Manaus", lembrou o historiador e secretário estadual de Cultura do Amazonas, Robério dos Santos Pereira Braga. Braga e Péres tinham uma reunião agendada no dia da morte do senador, na qual discutiriam a retomada de uma série de obras de restauração do centro antigo de Manaus.A reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Marilene Corrêa da Silva Freitas, lembrou a importância de Peres como professor de economia. "Perdemos uma pessoa que dedicou toda sua vida à universidade", disse.
Histórico familiar
Não é a primeira vez que a família Carpinteiro Péres sofre com a perda súbita de entes queridos. Na década de 40, o então deputado federal Leopoldo Carpinteiro Péres, tio do senador Jefferson Péres, morreu de um ataque cardíaco fulminante, na tribuna da Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, no momento em que proferia discurso em defesa da Amazônia.
Em 1962, o pai do senador, o desembargador Arnoldo Carpinteiro Péres, também foi vítima de problemas cardíacos. Ele morreu de um infarto na porta do Tribunal de Justiça do Amazonas.
No entanto, o senador Jefferson Peres, que sempre levou uma vida muito regrada - não bebia, não fumava e tinha alimentação e hábitos de vida saudáveis, segundo amigos e familiares - nunca teve problemas cardíacos. Tinha médicos em Brasília e em Manaus, onde se consultava regularmente sem apresentar nenhuma alteração.
"Nos últimos meses ele apresentou um leve quadro de hipertensão, mas nada que chegasse a preocupar os médicos nem ele mesmo", informou a assessoria do senador, em Manaus, lembrando que apesar dos 76 anos, Jefferson Peres nunca precisou se submeter a nenhum tipo de cirurgia.
O senador deixa a mulher, Marlídice de Souza Carpinteiro Peres, com quem estava casado há 40 anos; os filhos Ronald, de 39 anos, advogado; Roger, de 34 anos, administrador de empresas; e Rômulo, de 32 anos, também advogado, o único casado. Ele não deixa netos.

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