terça-feira, 13 de maio de 2008

VAZOU O DOSSIÊ DE FHC E PEDE PARA SAIR .

Identificado como responsável pelo vazamento do dossiê com gastos sigilosos da era FHC, o petista José Aparecido Nunes Pires pediu pra sair. Entregou, nesta segunda-feira (12), o cargo de secretário de Controle Interno da Casa Civil.
Com o pedido, Aparecido faz o caminho de volta para o TCU. É o órgão de origem dele. Fora pinçado dali pelo antecessor de Dilma Russeff, o ex-ministro José Dirceu. A intenção de Aparecido é a de desaparecer nos desvãos do tribunal de contas.
Em troca, o servidor conta com a boa vontade do governo. Aceita como punição, no máximo, uma reprimenda. Insinua que, do contrário, pode escancarar o bico. Desde logo, o governo comporta-se de modo surpreendentemente comedido.
De saída, não demitiu. Vai aceitar o pedido de afastamento. De resto, entra em cena a tese de que Aparecido cometeu apenas um lapso, não um crime. Já na semana passada, Dilma Rousseff dissera que as despesas do período FHC, antes tidas por sigilosas, são públicas.
Agora, o ministro Tarso Genro (Justiça), diz o seguinte: se o vazamento ocorreu por "
descuido", e não de forma "dolosa", caberia apenas punição por "infração disciplinar." Antes, Tarso dizia que fazer dossiê não é crime. Mas achava que o vazamento, este sim, constituía um “delito”. Agora, pelo visto e ouvido, nem isso.
Há pouco, no plenário do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o líder de Lula na Casa, disse que o governo “nada teme.” Apóia a convocação de Zé Aparecido para depor na CPI dos Cartões. Quer que seja ouvido também André Fernandes, o assessor de Álvaro Dias (PSDB-PR) que recebeu de aparecido, por e-mail, as 27 planilhas eletrônicas do dossiê.
Antecipando-se à CPI, a Polícia Federal já está ouvindo o
depoimento do colaborador de Álvaro Dias. Pretende inquirir também Aparecido. E, além dele, a servidora Erenice Guerra, braço direito de Dilma, que mandou colecionar os dados de FHC.
Resta agora aguardar para ouvir o que dirão os personagens à polícia e à CPI. Tudo parece encaminhar-se para uma grande, uma imensa acomodação. O que era escandaloso já não é mais. O que soava inadmissível começa a ser admitido. É de perguntar: vai ficar por isso mesmo?




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