quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

LUCRO DA VALE É DE GENTE GRANDE, COM DEMISSÕES E TUDO

O lucro da Vale do Rio Doce cresceu em 2008 e atingiu R$ 21,279 bilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (19). De acordo com o balanço, o resultado líquido superou em 6,36% o apresentado em 2007, de R$ 20,006 bilhões.
De acordo com a assessoria de imprensa da mineradora, o resultado de R$ 21,279 bilhões do ano passado é um novo recorde para a empresa, uma vez que o lucro de 2007 era a máxima anterior atingida pela empresa.
O lucro líquido da Vale já inclui o desconto de variação cambial referente às filiais da empresa no exterior, de R$ 5,982 bilhões, e também o chamado "impairment", instrumento que adequa o ágio pago nas aquisições no exterior à realidade atual do mercado. Com a piora do cenário, a Vale teve de deduzir R$ 2,447 bilhões de seu resultado.
Sem esses efeitos extraordinários, o lucro da empresa ficaria em R$ 29,7 bilhões.
Em 2008, o Brasil absorveu a maior parte dos investimentos da Vale, US$
6,7 bilhões, representando 66,2% do total investido. De acordo com o comunicado da empresa, os investimentos da Vale no Brasil aumentaram 29,1% sobre 2007.
A receita bruta da empresa atingiu R$ 72,766 bilhões no ano passado, contra R$ 66,385 bilhões de 2007. Isso representa um crescimento de 9,62%.
Demissões
Mesmo com o resultado recorde, o ano de 2008 foi complicado para a Vale. Em dezembro, a empresa anunciou a demissão de 1,3 mil funcionários, em todo o mundo, além de férias coletivas para 5,5 mil empregados, de forma escalonada.
Segundo a Vale, a medida foi motivada pela necessidade de ajustes devido à redução da produção. A companhia informou ainda que 1,2 mil funcionários foram treinados para assumir novas funções e atuar em áreas diferentes.
Em virtude das dificuldades, a Vale também ofereceu acordos de licença reminerada com salários reduzidos a diversos sindicatos de funcionários. A proposta da empresa oferece licença remunerada com 50% do salário-base e o piso de R$ 856 previsto no acordo coletivo de trabalho de 2007/2009.
Além disso, a empresa compromete-se a manter, até 31 de maio de 2009, os empregos de quem aceitar o acordo. Segundo a mineradora, todos os 15 sindicatos majoritários que representam os 38 mil empregados próprios da empresa aceitaram o acordo.
A Vale destaca que ainda não foi preciso conceder a licença remunerada a nenhum empregado. A diferença é que, a partir de agora, todos os funcionários estão englobados no acordo. "A empresa ressalta que somente utilizará a licença remunerada em último caso e dependendo das condições de mercado", informou por meio de nota.

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