segunda-feira, 24 de março de 2008

NO FAROL, ALÉM DE PETRÓLEO, BROTA DINHEIRO PÚBLICO

De acordo com Avelino Ferreira, o show de Alcione, em Santo Amaro, dia 15 de janeiro, custou R$ 185.800,00. Para escamotear cifras astronômicas, as faturas eram divididas em duas. “Quando se lê a fatura, constatam-se apenas R$ 82.900,00. Mas é uma de duas. Em outra fatura constam mais R$ 82.900,00”, frisou.
O show de “Jamil e Uma Noites”, dia 12 de janeiro, também no Farol, custou R$ 164.600,00. O Exaltasamba custou R$ 146 mil. O mesmo ocorreu com a banda Calypso, na mesma praia, com custo de R$ 188.800,00. Ainda no Farol, o show do Titãs em janeiro custou R$ 178.000,00. O do Rappa, em 26 de janeiro, R$ 195.400,00. E o de Gustavo Lins R$ R$ 93.800,00. Nos inúmeros shows de bairros, muitos dos quais sem divulgação e sem público, as aberrações não são menores, segundo Avelino. O bairro Jockey Clube foi contemplado com seguidos shows, alguns com duas apresentações de cantores e bandas num mesmo dia. O de Pâmela e Banda custou R$ 43.000,00. Também no Jockey, dia 20 de setembro, o da cantora Cassiane saiu por R$ 53 mil.
o mesmo bairro, o show de Jairinho e Banda, no mesmo dia, custou R$ 44,1 mil. Dia 21 de outubro, também no Jockey, o Imaginasamba tocou por R$ 43 mil . O show de Perla, em playback, dia 30 de novembro, este em Morro do Coco, saiu por R$ 54,9 mil.
PREFEITO NÃO AUTORIZARÁ PAGAMENTO
Ainda de acordo com Avelino, seria exaustivo enumerar todos os shows contratados pelas empresas Telhado de Vidro, Jakimow´s e Lucas e Reis, do empresário Antônio Geraldo da Fonseca Seves e outros sócios. “Mas vale o registro de mais estes: enquanto o povo se distraía no reveillon do dia 31 de dezembro, o show do grupo Sambaí , em Guarus, retirava dos cofres públicos a quantia de R$ 99 mil. Os Meninos de Goiás fizeram um show em Travessão, dia 18 de janeiro, por R$ 88 mil. E tocaram pelo mesmo preço em Lagoa de Cima. O Bonde do Forró, no Lagamar, custou R$ 96.4 mil. Mas o grupo tocou em Ururaí pelo mesmo preço. E o Belo, no Farol, cantou por R$ 163.3 mil”, contou ainda. Avelino Ferreira disse ainda que, seguindo autorização do prefeito em exercício Roberto Henriques, não autorizará o pagamento de R$ 2,8 milhões de shows dessas três empresas nos dois últimos meses. “Mas o dinheiro já foi retirado do Orçamento da fundação e, para efeitos legais e burocráticos, os shows são considerados pagos. Na prática, o dono das empresas, ao sair da prisão, terá que cobrar diretamente ao prefeito. Mas os shows realizados em 2007 já foram pagos, constituindo-se no motivo da prisão do empresário”, explicou Ferreira.
EMPRESÁRIO SERIA “CHEFE DA QUADRILHA”
O empresário Antônio Geraldo Fonseca Seves é considerado pela Justiça, o chefe da quadrilha. Ele criou três empresas, todas em 10 de novembro de 2006. Uma, a Telhado de Vidro, tem ele e Márcia Teles de Aguiar como sócios, com endereço à Rua Conde de Bonfim, 106, na Tijuca, com capital de R$ 10 mil, sendo R$ 9 mil dele e R$ 1 mil dela. A outra, Jackmow´s Empreendimentos Ltda, tendo como sócios Stephan Jackmow´s e sua avó, de 85 anos, Frieda Jakmow, de nacionalidade alemã, com a mesma divisão de capital. O endereço é também na Tijuca. A terceira firma, Lucas e Reis, tem como dono Fábio Lucas, com endereço na Rua Dias Ferreira, 410, no Leblon. “Fatos como estes devem ser divulgados para que não se repitam e para que a população tome ciência do que os governos Arnaldo Vianna / Mocaiber fizeram com parte do dinheiro público. E, finalmente, para que os poderes Legislativo e Judiciário impeçam essa roubalheira, cassando e prendendo a quadrilha, incluindo os chefes, como ladrões do dinheiro público. Registre-se que os shows superfaturados fazem parte de uma prática nefasta desde o início da gestão de Arnaldo Vianna. A Operação Telhado de Vidro é apenas a pontinha do iceberg”, finalizou Avelino Ferreira.

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