domingo, 23 de março de 2008

ALERJ - ANTRO DE CORRUPÇÃO


NO MAR DE LAMA DA ALERJ O HOMEM EM DESTAQUE NA FOTO É ASSESSOR PARLAMENTAR.




O presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani, divulgou uma nota oficial, na tarde desta quinta-feira, sobre o envolvimento do deputado Anabal Barbosa (PHS) com o bolsa fraude, esquema no qual uma quadrilha aliciava pais com muitos filhos para serem funcionários fantasmas de parlamentares, com o objetivo de embolsar auxílios-educação distribuídos pela Alerj.
Até agora, sete deputados são investigados: Álvaro Lins (PMDB), Délio Leal (PMDB), Edino Fonseca (PR), Jane Cozzolino (PTC), João Peixoto (PSDC), Renata do Posto (PTB) e Tucalo. Outros três que estão na mira do Conselho de Ética são João Pedro (DEM), Marco Figueiredo (PSC) e Marcelino D'Almeida (DEM), atual secretário de Governo do Rio. Segundo o presidente da Alerj, a Mesa Diretora também pedirá a abertura de um processo ético contra Anabal Barbosa.
Picciani voltou a defender a prisão dos integrantes da quadrilha. Eis a íntegra da sua nota:
"Tendo em vista reportagens publicadas hoje, dia 20/03, envolvendo o deputado Anabal (PHS) na fraude do auxílio-educação concedido pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, esta Presidência submeterá à Mesa Diretora nesta segunda-feira, dia 24/03, o encaminhamento do nome do referido parlamentar para investigações no Conselho de Ética.
"O fato de as reportagens indicarem que a pessoa aliciada tem, como em outros casos, residência na cidade de Cachoeiras de Macacu, corrobora nossa convicção de que se trata da mesma quadrilha, cujos personagens já estão bem identificados, que atuava aliciando pessoas de uma mesma região para serem nomeadas, preferencialmente, em gabinetes de deputados de primeiro mandato.
"Tais fatos reforçam nossa certeza de que, para o bom curso das investigações, tais personagens devem ter, o quanto antes, suas prisões temporárias decretadas, assunto já sob análise do excelentíssimo senhor procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, conforme solicitado por esta Casa Legislativa."
Anabal nomeou funcionário fantasma ano passado
Anabal nomeou, em 3 de julho de 2007, um funcionário chamado Jorge Eugênio Soares, que o parlamentar garante fazer "plantão em seu gabinete de vez em quando". A 98 km distante da Assembléia Legislativa do Rio, em Cachoeiras de Macacu, onde mora com nove filhos, o lavrador Jorge Eugênio Soares, sequer ouviu falar em Anabal.
Jorge Eugênio mora com os nove filhos numa casa sem fogão. Na quarta-feira, ele contou ao jornal "Extra" que foi procurado, em 2007, por uma pessoa, cujo nome disse não lembrar. Esse aliciador teria trazido o lavrador ao Rio, onde João teria assinado documentos num banco e onde teria feito exames médicos - tudo movido pela promessa de receber um valor relativo ao programa federal Bolsa-Família.


" Todo mês, ele trazia R$ 200, que dizia ser do Bolsa-Família "
- Esse homem veio aqui em casa mais quatro vezes. Todo mês, por volta do dia 30, ele trazia R$ 200, que dizia ser do Bolsa-Família. Em fevereiro, inclusive, ele trouxe a última parcela - disse Jorge.
Se estivesse realmente recebendo pela Alerj como funcionário "CCDAL 9", como consta na nomeação feita por Anabal, o lavrador embolsaria pouco mais de R$ 500 de salário mais nove auxílios educação, cada um no valor de R$ 450, caso seus filhos estivessem matriculados em escolas particulares. No total, seriam rendimentos mensais superiores a R$ 4.500. Jorge garante que nunca recebeu esse dinheiro.
Procurado, Anabal afirmou conhecer Jorge Eugênio, a quem descreveu como "moreno e morador de Magé". Ao ser confrontado com a informação dada pelo EXTRA, a de que foi encontrado um lavrador com o mesmo nome em Cachoeiras, de cor negra, o parlamentar arrematou:
- Quem cuida das nomeações é a minha chefe de gabinete. Preciso ver - disse o deputado Anabal.

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