terça-feira, 20 de maio de 2008

DESMANDOS DA PREFEITURA PÕE EM RISCO SAÚDE EM CAMPOS


O clima é de incerteza entre os corredores dos três hospitais filantrópicos de Campos – Álvaro Alvim, Santa Casa de Misericórdia e Beneficência Portuguesa – e da unidade privada sem fins lucrativos, Plantadores de Cana. Desde janeiro, as quatro casas de saúde estão funcionando sem os recursos da Prefeitura de Campos. E se o problema for arrastado para mais um mês, os diretores alegam que o atendimento corre o risco de ser afetado.Segundo o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos, Benedito Marques, o Ministério Público (MP) será acionado para que um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) seja elaborado e assinado para que os quatro meses em atraso seja saldados. Ele informou ainda que todos os hospitais já apresentaram as faturas dos meses anteriores à Secretaria Municipal de Saúde. “E tenho conhecimento de que a renovação do convênio aconteceria ainda este mês”, relatou.O provedor refere-se ao aumento do atendimento nos quatros hospitais com o fim do Programa Saúde da Família (PSF). “Com a demanda crescente, as internações e os ambulatórios são os setores que mais sofrem não só nos hospitais filantrópicos, como também nos outros hospitais públicos e particulares”. Benedito contou que este é um problema que vem acarretando desde 2004. “A prefeitura ainda mantém algumas dívidas com alguns hospitais nos anos de 2004, 2006 e 2007, e que vem sendo proteladas, mas nós vamos cobrá-las”, garantiu.Dificuldades - O presidente da Fundação Benedito Pereira Nunes, mantenedora do Hospital Escola Álvaro Alvim, Jair Araújo Junior, a casa está se mantendo com muitas dificuldades. Ele explica que o convênio, iniciado em 2004, visa uma complementação para a reconhecida defasagem de mais de 200% entre o valor especificado pela tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e os efetivos custos dos serviços prestados. Como até hoje nenhuma verba foi repassada, Jair disse que desde o início deste ano foi estabelecida uma escala de prioridades para que as despesas mensais fossem saldadas, entre elas, a folha mensal de pagamentos.
Economizando na energia
O diretor do Hospital Beneficência Portuguesa, Jorge Miranda, informou que a dívida da prefeitura com a casa gira em torno de R$ 2,5 milhões. Ele recorreu aos empréstimos e está procurando contentar despesas, e uma delas é a energia elétrica. “Tivemos que tomar estas medidas para que o atendimento não fosse prejudicado. Mas podemos chegar a ponto de paralisarmos devida a falta de recursos”, ressaltou o diretor, esclarecendo que, devido a este impasse, o atendimento não está sendo oferecido com qualidade.Já com o Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), a dívida é de aproximadamente R$ 1 milhão, de acordo com o diretor Luiz Maurício Tavares Crespo. E para piorar a situação, o Estado ainda não repassou para a casa de saúde a verba no valor de R$ 385 mil referente ao mês março, cujo pagamento deveria ser efetuado na semana passada. Ele acredita que o Estado não se adequou ao novo sistema do DataSUS que sofreu algumas alterações. “Este é o motivo do não repasse”, afirmou.
Na próxima semanaA Secretaria Municipal de Saúde adiantou que os novos convênios com os quatro hospitais serão firmados a partir da próxima semana. Quanto aos pagamentos atrasados retroativos ao ano de 2007, a assessoria explicou que está aguardando uma autorização do MP para a liberação da verba que já existe.

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