quarta-feira, 14 de maio de 2008

INTERVENÇÃO NO IMNE. BRIGA POR ESPÓLIO.


Uma intervenção judicial no Grupo Imne, determinada na última sexta-feira pelo juiz da 3ª Vara Cível de Campos, Carlos Azeredo de Araújo, criou um clima de incerteza entre os usuários dos serviços prestados pelo plano de saúde Ases e unidades hospitalares e laboratoriais. A preocupação é em relação à manutenção e qualidade desses atendimentos. À decisão ainda cabe recurso. A intervenção consiste, acima de tudo, no afastamento do diretor-presidente do grupo, Herbert Sidney Neves, e a nomeação de um interventor, que até nova decisão da Justiça passa a ser o responsável pela administração. Para o cargo de administrador judicial foi designado o advogado Marcos Bruno. Ele garantiu ontem o atendimento em todas as unidades de saúde sob sua administração. — Nada vai mudar. Os serviços estão mantidos e o Judiciário não tem interesse de interferir no funcionamento das unidades — ressaltou Bruno. Na ação de dissolução parcial de sociedade, proposta pelo espólio de Haroldo Neves, o juiz destaca: “Antecipo parcialmente a tutela postulada na inicial para afastar o Dr. Herbert Sidney Neves da função de gerente, administrador e representante legal, sendo-lhe vedada, a partir do afastamento, a prática de quaisquer atos de gestão financeira e administrativa relativamente aos negócios e seus reflexos nas suas subsidiárias referidas na petição inicial, nomeando administrador judicial o Dr. Marcos Bruno”. O juiz Carlos Araújo concluiu ainda que “enquanto não houver a partilha no inventário do sócio falecido, o espólio é a única parte legítima para defender o interesse dos bens e direitos que o compõem, seja no pólo ativo ou no pólo passivo e em qualquer demanda judicial a ele referente”. Usuária do plano de saúde Ases há 13 anos, a comerciante Eliene Ribeiro Sena está preocupada com a mudança na administração do hospital. “Estou sempre fazendo exames não cobertos pelo SUS e de custos altos e não sei se poderá haver alterações no atendimento”, ressaltou a comerciante. A Folha tentou ouvir o médico Herbert Neves, mas ele estava com o celular desligado. A diretora administrativa do hospital, Marta Henriques, não falou sobre o assunto. No Imne, seguranças informaram que a diretoria não iria conceder entrevista à imprensa.

Nenhum comentário: