quinta-feira, 5 de junho de 2008

CORREGEDOR VAI PEDIR A CABEÇA DE LINS

O deputado estadual Álvaro Lins (PMDB) passou ontem pela primeira prova de fogo na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), mas não convenceu sobre sua inocência o colega Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB), corregedor da Casa, que deve apresentar na próxima semana relatório pela cassação. “Ele faltou com decoro parlamentar em fatos, pretéritos e presentes”, expôs à imprensa Luiz Paulo. Lins foi preso no dia 29 pela “Segurança Pública S/A”, operação da Polícia Federal (PF), denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), na mesma ação em que o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) foi denunciado por formação de quadrilha armada. A Garotinho o MPF imputou a manutenção política de esquema montado por Lins, este denunciado por formação de quadrilha armada, lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção passiva. Luiz Paulo afirmou que pretende entregar na próxima terça-feira à mesa diretora o relatório no qual ele e o sub-corregedor pedirão a cassação do parlamentar do PMDB. — Continuo considerando que o relatório do Ministério Público e da Polícia Federal está muito bem trabalhado, com provas. Vamos fazer agora o nosso trabalho e encaminhá-lo à mesa diretora. O meu parecer, junto com o deputado Conte Bittencourt (vice-relator), será pela quebra de decoro — declarou Luiz Paulo, na primeira sinalização de que a Alerj deve oferecer resistência a uma tendência de arquivamento do caso, como sugeriu a aprovação, por 40 dos 71 parlamentares, de decreto legislativo, no dia 30, libertando Lins. Segundo o corregedor, um dos motivos da cassação é o deputado Lins manter em seu gabinete diversas pessoas que já estavam indiciadas no inquérito da PF, algumas das quais denunciadas pelo MPF. No depoimento, Lins negou todas as acusações e alegou perseguição dos seus desafetos. Lins chefiou a Polícia Civil do Rio de 2000 a 2006, quando foi eleito. Ele foi preso na última quinta-feira pela PF, que também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-governador e ex-secretário de Segurança, Garotinho.

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