quarta-feira, 18 de junho de 2008

JOBIM (OU FAÇA OU SAIA) VAI AO MORRO E PEDE DESCULPAS


Depois de deixar o Morro da Providência na tarde desta terça-feira (17), o ministro Nelson Jobim retornou à comunidade por volta das 18h para visitar a praça onde jovens foram abordados por um grupo de militares do Exército, antes de serem entregues a traficantes rivais de uma comunidade próxima.

Após cantar o hino nacional, os moradores exigiram a saída do Exército da favela. Jobim não garantiu a retirada das tropas, mas pediu desculpas aos moradores e prometeu rigor na apuração do fato. O ministro também voltou a afirmar que as obras não podem ser contaminadas pelo episódio. “Infelizmente ele não deu a garantia de que o Exército sairá da comunidade”, disse o advogado João Tancredo, que representa as famílias das vítimas.


Desculpas, não vai se repetir, diz ministro


Jobim chegou a deixar a comunidade, por volta das 17h20, sob protestos de João Tancredo e outros moradores, que reclamaram que as mães das vítimas o aguardavam na Praça Américo Brum, no alto do morro. Segundo o advogado, o ministro retornou à comunidade por volta das 18h, onde ficou por 20 minutos, após saber que era aguardado por cerca de 500 pessoas. Segundo Tancredo, Jobim pediu desculpas públicas pela "barbárie" e prometeu punição rigorosa aos envolvidos. Mais cedo, o ministro já havia informado a jornalistas que se desculpara com moradores e familiares das vítimas.
A visita de Jobim à favela ocorre num momento em que as relações entre os moradores e o Exército estão em crise por causa da morte dos jovens David Wilson da Silva, de 24 anos, Marcos Paulo Campos, de 17 anos, e Wellington Gonzaga da Costa, de 19. Após serem abordados por um grupo de 11 militares, eles teriam sido entregues a traficantes de uma facção rival à que controla a favela. Os corpos dos rapazes foram encontrados no domingo (15) em um lixão em Caxias, na Baixada Fluminense.
Exército divulga nota oficial
Em nota oficial, o Exército informou que a operação no Morro da Providência não tem como objetivo segurança pública e, por isso, não necessitaria de determinação da presidência ou do Congresso Nacional: “É importante destacar que a participação do Exército no empreendimento no Morro da Providência não é uma operação em prol da segurança pública, a qual necessita de determinação da Presidência da República e de aprovação no Congresso Nacional. O Exército, naquela comunidade, participa de uma ação subsidiária. As ações subsidiárias estão entre as missões constitucionais atribuídas ao Exército Brasileiro, definindo sua cooperação com a nação”. A nota diz ainda que a ação é fruto de um acordo entre o Ministério das Cidades e o Ministério da Defesa e tem por objetivo a revitalização de moradias populares e que repudia qualquer desvio de conduta de seus integrantes. “O Exército reafirma que repudia, veementemente, qualquer desvio de conduta e qualquer ação fora da legalidade praticada por seus integrantes, inclusive no desenvolvimento de operações de segurança na área abrangida pelo acordo em questão”, diz a nota.

Acompanhando o ministro, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Comissão de Segurança da Câmara, afirmou que vai ser criada um comitê externo para acompanhar o caso da morte de três jovens.
Segundo Jungmann, a comissão, que vai ser formado por deputados federais da bancada fluminense, terá 15 dias para apresentar um relatório na Câmara dos Deputados em uma audiência pública.
O QUE ERA NECESSÁRIO E IMPORTANTE, É QUE AS DESCULPAS VIESSEM ACOMPANHADAS DE AÇÕES REAIS DE ARREPENDIMENTO,COMO POR EXEMPLO A IMEDIATA INDENIZAÇÃO PARA AS FAMÍLIAS EM VALOR HONESTO. SÓ PEDIR DESCULPAS É ATO QUE SOA FALSO.

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